Juventude Socialista acusa PSD e CDS de quererem privatizar Educação e Segurança Social
O programa eleitoral da coligação que sustenta o actual Governo, ontem apresentado, é considerado pela Juventude Socialista uma “machadada final” no Estado Social.
A Juventude Socialista afirma ter recebido sem surpresa as medidas do programa da actual maioria e lamenta que a coligação Portugal à Frente não tenha despendido o mesmo esforço da oposição na apresentação de uma proposta de futuro séria e credível.
João Torres, Secretário-geral da JS, considera que «o programa apresentado pela coligação não tem comparação possível com o programa eleitoral apresentado pelo Partido Socialista» e reforça que «não deixa de ser irónico que o maior partido da oposição apresente uma visão mais consistente e trabalhada que o próprio Governo, o que evidencia bem a diferença da preparação entre as forças políticas para governar Portugal».
Para além daquilo que descreve como «chocante diferença entre o trabalho desenvolvido pelo PS e pelo PSD/CDS», João Torres afirma que «o novo programa da maioria mantém uma linha ideológica muito clara que agora estende a política de privatizações dos sectores fundamentais do Estado a novas áreas, como a Educação e a Segurança Social».
João Torres considera «chocante mas não surpreendente a proposta de o Governo querer propor o plafonamento das pensões futuras» e acrescenta que «só falta perceber por que razão não está também no programa eleitoral o já anunciado corte de 600 milhões de euros em pensões que o Governo pretende fazer». «Todos os portugueses já perceberam que há aqui qualquer coisa que não bate certo», remata, o líder da JS.
O Secretário-geral da JS afirma que «é já uma marca distintiva deste Governo não querer assumir as suas reais intenções, algo que tem sido visível também na forma como propõe continuar a destruir a Escola Pública através dos incentivos à frequência do Ensino Privado».
João Torres afirma que, «a somar às já reconhecidamente falhadas políticas educativas deste Governo, somam-se agora novas propostas de racionalidade inexistente e que comprovam que o Governo tem uma visão radical daquele que é o papel do Estado».
O actual programa de Governo da maioria é, nas palavras de João Torres, «evidenciador de que, com esta maioria, não há qualquer perspectiva de futuro na redução das desigualdades», algo que deve colocar todos os jovens de sobreaviso, já que «uma eventual vitória da maioria anuncia tempos particularmente sombrios para os jovens portugueses».