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Opinião da Semana - Valter Rodrigues


 

Participação da Juventude Socialista no X Seminário de Defesa e Segurança para Juventudes Partidárias

 

Teve lugar nos passado dias 13 e 14 de outubro, nas instalações do Instituto da Defesa Nacional, o Seminário de Segurança e Defesa para Juventudes Partidárias, no qual a Juventude Socialista marcou presença e participou activamente, mostrando-se empenhada no debate de cariz multipartidário sobre os principais desafios à Segurança Nacional e Internacional.

IDN-XS16O Seminário contou com a presença de ilustres professores, General Loureiro dos Santos, Carlos Gaspar, Patricia Daehnhardt, Bruno Cardoso Reis, Tenente-Coronel António Paradelo e José Manuel Ribeiro Felix. Entre outros assuntos, foi abordado o potencial estratégico de Portugal, particularmente tendo em conta determinados factores, tais como como, a situação geográfica. Destaque para a extensa área marítima sobre sua jurisdição, a Zona Económica Exclusiva (ZEE), sobre a qual exerce responsabilidades de gestão e vigilância, bem como a proposta que o país entregou na ONU para aumentar a área de plataforma continental, proposta esta que, em caso de decisão favorável, trará a possibilidade de exploração dos recursos existentes no solo e subsolo da área marítima designada.

Existe aqui possibilidade de explorar recursos energéticos, e tal representa um vector geoestratégico e geoeconómico de enorme importância, tendo em conta que as dinâmicas de poder entre os Estados assentam cada vez mais na capacidade energética dos mesmos (p.e. China e Índia não possuem petróleo portanto terão de se virar para outras geografias), para além de que o planeta está já no seu limite no que toca ao uso sustentável dos recursos naturais.

Destaque também para a contínua aposta de Portugal no Atlântico, nomeadamente enquanto membro da NATO. A posse dos arquipélagos da Madeira e Açores revela-se extremamente estratégica, e em relação a este último foi discutida a importância da Base das Lajes, e foi referido que Portugal procura manter o acordo com os EUA mas não se escusa a dialogar e até negociar futuras parcerias com países como a China.

Já a União Europeia encontra-se numa encruzilhada perante vários cenários de crise, com a questão migratória e o Brexit à cabeça. Aparentemente não se vislumbra a hipótese de criação de uma força armada Europeia, mas facto é que a cooperação entre os Estados Membros terá de ser cada vez maior e é nesse mesmo sentido que, a actual Política Comunitária de Segurança e Defesa (PCSD) e a nova estratégica global para a União Europeia, recentemente adoptada, apontam.

Quanto às questões de Defesa Nacional, foi debatido o actual conceito estratégico (de Defesa Nacional) bem como o trabalho que Portugal tem desenvolvido, quer no âmbito multilateral quer bilateral.

A nível multilateral, destaca-se a iniciativa 5+5 no qual o país participa conjuntamente com outros países do Mediterrâneo, negociando parcerias e alinhando estratégias de cooperação. A nível bilateral, é de notar as recentes parcerias efectuadas com a Roménia, prevê a venda de caças F-16 e com Uruguai, prevê venda de fragatas.

Do ponto de vista da abordagem política e partidária, concluiu-se que é importante levar a cabo mais acções de sensibilização neste âmbito da Segurança e Defesa, e as juventudes partidárias deverão aqui ter um papel fundamental, mostrando- se activas e conscientes da importância estratégica que estas matérias possuem não só numa perspectiva de Segurança Nacional mas também numa perspectiva de esclarecimento sobre o Mundo e respectivos desafios transnacionais. Para que as políticas de Segurança e Defesa seja bem desenhadas, é necessário que se conheça muito bem para onde se quer ir e para tal é crucial suscitar o debate na sociedade e entre os jovens.

É, hoje, cada vez mais importante “olhar o Mundo para definir o país”.

 

28/10/2016
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