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Opinião da Semana - Tânia Covas


 

Ser Jovem no Interior

 

TaniaCovasSer jovem no interior tem as suas vantagens, mas por vezes muitas mais são as desvantagens face ao grau de desenvolvimento que poderíamos alcançar e por vezes torna-se inatingível em função da falta de meios e condições para tal.

Falando das vantagens, são zonas calmas, com um nível de stress baixíssimo, com paisagens deslumbrantes e inspiradoras. As pessoas todas se conhecem, porque em geral são zonas rurais com uma densidade populacional baixíssima, o que proporciona a que os laços sejam mais afetivos e exista um maior convívio e interação entre a população.

Falando agora das inúmeras desvantagens que nos assolam, começo logo pelo mais grave, o emprego ou o desemprego como lhe queiramos chamar. A falta de emprego é um dos piores pesadelos que quem vive no interior enfrenta, onde a grande maioria e principalmente os jovens tem de se deslocar para o litoral, onde existe zonas mais desenvolvidas para terem acesso a um posto de trabalho, outros até para o estrangeiro, seguindo o conselho do anterior primeiro-ministro Passos Coelho, que deu tudo como perdido e convidou a minha geração a emigrar, esquecendo-se que estava a falar da geração mais qualificada de sempre e sendo esta a que mais poderia contribuir a nível de conhecimento para o desenvolvimento e progresso do nosso Portugal.

Mas pelos vistos isto já começa a ser tradição no PSD, ora vejamos a intervenção que a ilustre deputada Berta Cabral fez relativamente à discussão do Orçamento do Estado para 2017, dizendo que a geração a que eu pertenço está de cabeça perdida e perceberemos ao nível que isto chegou. Afinal quem estará de cabeça perdida? Afigura-se a mim e aos Portugueses em geral que é este PSD e esta oposição.

Mas voltemos ao interior e as desvantagens que ele protagoniza. O investimento público no interior nos últimos anos tem sido escasso, para não dizer completamente nulo, e temos como o exemplo a educação, a saúde e a justiça, já para não falar da agregação das freguesias que foi feita a régua e esquadro a partir de um gabinete de Lisboa e que em muito prejudicou as populações que vivem mais isoladas em que o único contacto que tinham com os serviços públicos era feito através das juntas de freguesia.

Mas como diz o velho ditado popular «quem não sabe é como quem não vê», e as pessoas que lideraram este processo de facto além de não saberem o que é o interior e tudo isto a que aqui me refiro, também não vê, porque não conhecem a realidade do território.

Mas continuando, as desvantagens mais básicas, mas que por vezes fazem toda a diferença nos jovens como eu, é o facto de não ter um shopping ao pé de casa, o cinema para ir com os amigos, os grandes concertos para se ir divertir e coisas que por vezes parecem simples, mas que fazem também toda a diferença no desenvolvimento da pessoa humana.

Em suma, e tal como vezes sem conta tem dito o Presidente da Federação Distrital de Viseu da JS, Luis Soares, que para bem de todos os jovens do interior, tem liderado o inconformismo relativamente a esta região e ao investimento que tem de ser feito para o combate às desigualdades que por cá se vive, apresentando inclusive um documento com propostas concretas para toda esta região, «TEM DE SE OLHAR PARA O INTERIOR COMO UMA OPORTUNIDADE e não como um problema», que isso seja feito e teremos um país melhor, mais igual e com outra vida no interior.

Haja esperança e confiança por essa nova vida que todos ansiámos para o interior…

04/11/2016
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