Menu

Notícias

Opinião da Semana - Manuel de Castro Coelho


 

Interior com esperanças

 

manuelcastrocoelhoPortugal, a área total terrestre deste país é de 91.951 km², mas existe apenas uma parte onde o futuro é construído todos os dias, esta parte designa-se por Litoral e no Litoral temos de tudo, infraestruturas, serviços e acessibilidades de topo, mas já não podemos dizer o mesmo do Interior.

Neste momento Portugal, sofre de uma enorme litoralização sem que o interior acompanhe este fenómeno, isto deve-se à elevada procura de universidades, empregos com salários mais elevados face ao interior e claro a existência de infraestruturas capazes de garantir um futuro sustentável para qualquer jovem.

Mas nem tudo é cor-de-rosa, há vários problemas que esta situação acarreta, nomeadamente, o elevado número populacional designado por bipolarização. Com o passar dos anos as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto têm vindo a crescer, onde apenas as duas áreas metropolitanas juntas têm quase metade da população residente em Portugal, um facto bastante preocupante para o desenvolvimento económico, social e cultural do país.

Com o fenómeno da litoralização, podemos constatar que nem sempre vamos contar com os recursos essenciais, para uma vida estável, nomeadamente, o emprego que acaba por não responder às necessidades de tantas pessoas ou a qualidade de vida que cada vez diminui mais no litoral (modéstia à parte, não existe em lado nenhum do mundo qualidade de vida superior à do Alentejo).

O interior também sofre de problemas, do meu ponto de vista, muito mais graves do que no litoral, apesar de ser um alentejano de gema e ter uma enorme paixão pelo meu querido Alentejo, não posso deixar de apontar os seus problemas que se transmitem a todo o interior, como por exemplo, envelhecimento populacional elevado, desertificação em longas áreas, falta de investimentos que, por sua vez, levam à falta de infraestruturas necessárias para o desenvolvimento sustentável, mas atenção ao desenvolvimento não podemos comprometer as gerações passadas e futuras.

Nos próximos anos Portugal tem um enorme desafio pela frente, equilibrar as regiões e combater o despovoamento no interior, em especial no Alentejo, não é só necessário como urgente. Uma coisa é certa, não podemos combater este despovoamento sem criar emprego e o emprego só por si gera fixação de pessoas.

É preciso colocar em prática as opções das quais disponibilizamos, como por exemplo, a valorização do interior, aposta no turismo rural, melhoria das acessibilidades das quais estradas, linhas ferroviárias, aeroportos, etc.

O interior não é nada menos do que um grande mineral bruto, que tem falta de ser lapidado para que um dia muito próximo possa valer milhões.

 

10/09/2016
Back to Top