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Opinião da Semana - Dina Letras


 

Uma questão de português

 

dinaletrasAquando das declarações de Mariana Mortágua sobre o novo imposto imobiliário, têm sido vários os (pseudo) entendidos em política económica a surgir indignados por se taxar património acima de 500 mil euros e que, veio a saber-se, representa apenas 1% da população!

Durante quatro anos de governo de direita, acabou-se com a classe média. Foi a classe média-baixa que suportou quatros anos de austeridade.

Quatro anos em que cada português foi reduzido a valores de mercado, a agências de rating. Quatro anos em que Portugal se vergou perante a Europa. Quatro anos em que, diziam eles, tínhamos os cofres cheios mas esqueceram-se que havia famílias sem comida em cima da mesa.

Agora, que o nosso primeiro ministro sabe negociar com a Europa, que a esquerda está a devolver o Estado social, a repor a igualdade. Agora que estamos a cumprir metas europeias assumindo compromissos, colocando as pessoas à frente de números. É agora, que se taxam as grandes fortunas, que surge a indignação daqueles que passam a vida a interpretar gráficos na televisão, mas que ainda não perceberam que primeiro têm que interpretar aqueles que durante quatro anos foram duramente castigados.

Curioso que durante o Governo de direita, ouvi o José Gomes Ferreira a dizer que o BES estava sólido, que se podia investir. Ouvi outros tantos falarem em caminho certo. Ouvi dizer que obedecer à Troika era a solução que nos restava. Ouvi tanta coisa, mas nunca consegui comprovar nada.

Agora, perante as palavras que retiraram de um discurso de Mortágua, surgem indignados. Será porque agora têm eles que pagar por aquilo que têm? É bem mais justo do que serem os portugueses a pagar por o dinheiro que eles acumulam a fazer comentários vazios em horário nobre, que mais não servem, senão para lhes encher a carteira.

Experimentem em canalizar algum dinheiro, próprio, em aulas de português e conseguem concluir que por detrás da frase de Mariana Mortágua está uma medida que defende a Justiça Social.

Faz-me lembrar a epidemia da cegueira de Saramago, entre não ver nada e não querer ver, vai uma grande falta de vontade. Neste caso, vai uma grande falta de português…

 

24/09/2016
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