A Juventude Socialista, através dos seus Deputados à Assembleia da República, questionou o Governo, na pessoa do Ministro da Defesa, no sentido de exigir uma clarificação em relação às notícias veiculadas na imprensa sobre o eventual retorno do serviço militar obrigatório.

A Juventude Socialista foi responsável por uma das grandes mudanças na conceção da sociedade portuguesa, ao ter sido uma das principais forças políticas que lutou pela eliminação do serviço militar obrigatório (SMO), num tempo em que a paz social e política permitiu ao Estado dar a efetiva liberdade de escolha aos jovens portugueses.

Contudo, o contexto político internacional, bem como a vontade de recuperação de um suposto sentimento de pertença e de serviço em prol da nação, têm sido expedientes com que alguns setores da sociedade portuguesa recuperaram o tema, trazendo para a discussão as eventuais virtuosidades do retorno de um serviço militar obrigatório.

Além disto, na Assembleia da República, o próprio Governo, na voz do Ministro da Defesa, quando questionado sobre a capacidade de atração das Forças Armadas, não deu uma resposta cabal quanto àquela que pode ser a intenção do governo relativamente a esta matéria.

A Juventude Socialista, pela voz do seu Secretário-geral, Ivan Gonçalves, já veio defender que «regressar a um modelo de SMO seria um verdadeiro retrocesso civilizacional, pelo que não vislumbramos, neste momento, nenhuma razão substantiva que nos leve a considerar que esta deva ser uma matéria passível de ser revertida».

A Juventude Socialista vê, ainda, este eventual retrocesso com preocupação, uma vez que não perspetiva no serviço militar obrigatório uma solução para os eventuais problemas de falta de efetivos nas Forças Armadas e, também, que a formação cívica não passa pela reposição deste regime de caráter militarista, mas antes pelo fomento da participação cidadã nas escolas e na sociedade.

Assim, e uma vez que o programa do XXI Governo Constitucional não prevê o regresso a um modelo de serviço militar obrigatório, nem tão pouco sinaliza a necessidade de retomar este debate, os Deputados da JS à Assembleia da República, dirigiram ao Governo, esta semana, uma pergunta formal no sentido de esclarecer cabalmente qual a posição do governo sobre este assunto.