Juventude Socialista propõe limite para a disparidade salarial nas empresas

A Juventude Socialista deu concretização a uma das suas principais bandeiras dos últimos anos e apresentou na Assembleia da República uma iniciativa parlamentar que visa estabelecer um limite proporcional para a disparidade salarial no interior de cada organização, pública e privada.

Os deputados da Juventude Socialista na Assembleia da República apresentaram ontem uma iniciativa parlamentar que vai ao encontro da Moção Setorial aprovada no XXI Congresso Nacional do Partido Socialista, recomendando ao Governo o estabelecimento de um mecanismo de limitação proporcional da disparidade salarial no interior de uma organização, pública ou privada, após consultados os parceiros sociais em sede de Conselho Económico e Social. Esta proposta foi assinada, entre outros deputados, pelo Secretário-geral da Juventude Socialista, Ivan Gonçalves, pelo líder parlamentar do PS, Carlos César, pelo ex-Secretário-geral da JS, João Torres e pelos deputados da JS Hugo Carvalho e Diogo Leão.

Além deste mecanismo, o projeto apresentado defende, ainda, a revisão das remunerações das empresas do setor público empresarial e a penalização das empresas privadas que não implementem esta limitação proporcional através de instrumentos como, por exemplo, o agravamento da sua contribuição para a Segurança Social ou impedindo o seu acesso a subsídios e apoios públicos à criação de emprego.

Ivan Gonçalves, Secretário-geral da Juventude Socialista e um dos responsáveis por esta proposta considerou que «esta iniciativa é a concretização de um princípio que é de elementar justiça, porque se uma organização for capaz de gerar riqueza então ela deve ser distribuída de forma minimamente proporcional entre todos aqueles que participaram nesse processo». O líder dos jovens socialistas considera também que «o âmago do atual problema não está apenas nos salários astronómicos dos gestores de topo de uma determinada organização, mas sim na diferença abismal para o ordenado mínimo ou médio dessas empresas e na brutal disparidade salarial que essa comparação encerra».

A atual proposta resulta de um caminho que a Juventude Socialista tem feito ao longo dos últimos anos no sentido de inverter as profundas desigualdades que ainda hoje existem no mercado de trabalho. A JS entende que os mercados não têm capacidade para se autorregularem no sentido de travarem abusos que são socialmente chocantes e que resultam no agravamento das desigualdades salariais e que, por isso, cabe ao Estado intervir procurando corrigir essa fonte de desigualdades crescentemente insuportável e injusta.