Educação para a cidadania
O conhecimento e a cultura são dois dos principais pilares da construção de uma sociedade progressista e moderna. A Educação deve, por isso, ser uma das áreas centrais de intervenção do Estado, não podendo ser deixada para uma condição secundária nas opções de investimento público nem, muito menos, ser externalizada em nome de uma suposta «liberdade de escolha».
A defesa de uma sociedade plural depende fortemente da nossa capacidade para construirmos um espaço e modelo educativos sólidos, enraizados em torno dos valores humanistas e progressistas, vitórias sociais que devemos preservar e evocar nas nossas mais essenciais acções diárias.
Só estaremos aptos para nos afirmarmos enquanto nação se a nossa população for não só mais qualificada e activa mas, também, mais culta e socialmente empenhada. É, pois, fundamental resgatar a formação para o exercício de uma cidadania plena.
Contudo, há duas questões que nos devem preocupar. Primeiramente, importa lembrar que o acesso à educação não pode ser um privilégio baseado em privilégios que decorrem da nossa condição de nascença. É por isso fundamental que saibamos lutar por um sistema educativo público mais justo e humano, quer no ensino básico e secundário, quer no ensino superior.
E, em segundo lugar, importa que possam as escolas e universidades corporizar os ideias de um ensino público e humanista, rompendo com uma tendência crescente de desumanização dos serviços públicos, em prol de uma suposta ideologia de aproximação dos modelos de gestão privada.
Não basta, por isso, afirmar que as atuais gerações são as mais bem qualificadas da história. É importante que percebamos para que estamos a formar os nossos jovens, em que condições e em torno de que valores. Tenho a convicção de que a educação é a estrutura que mais capacidade tem de fornecer aos jovens as ferramentas necessárias para superar esses desafios, tornando-se assim num recurso imprescindível, corrector de assimetrias e promotor de uma verdadeira igualdade de oportunidades.
A criação de um sistema onde a igualdade de acesso à educação seja uma realidade para todos exige um reforço no investimento. Nenhum jovem deve ficar privado de estudar devido a factores económicos. Investir na Educação é investir no futuro. É investir numa sociedade tecnologicamente mais evoluída e pioneira da inovação, é acreditar num país mais desenvolvido e com uma economia mais avançada. É, sobretudo, investir numa sociedade mais capaz de enfrentar colectivamente os novos desafios de forma informada mas, também, tolerante e solidária.
Enquanto jovem socialista defendo que tudo devemos fazer para que o futuro possa ser mais justo para todos. A desigualdade social com que todos os dias nos deparamos não pode deixar-nos indiferentes. Um outro Portugal é possível. Acredito num país mais capaz, mais justo e solidário onde ninguém fica para trás. Para isso, estou certa, temos que defender intransigentemente o ensino público em todas as vertentes, lutando diariamente para o seu reforço mas, sobretudo, para a sua efectiva humanização.
A JS estará, como até aqui, na linha da frente, no lado certo da História.