O Secretário-geral da Juventude Socialista, João Torres, proferiu, ontem, a intervenção do Partido Socialista, na Sessão Solene Comemorativa do XLII Aniversário do 25 de Abril que decorreu no Parlamento.
O dirigente, deputado à Assembleia da República, começou por agradecer aos Capitães e soldados de Abril o seu papel decisivo no resgate da Liberdade com que Portugal se abriu à Europa e ao mundo, bem como à democracia.
No dia em que se assinalaram os 40 anos da entrada em vigor da Constituição da República Portuguesa, o líder dos jovens socialistas agradeceu ainda aos constituintes da II República, que «conceberam um país à frente do seu tempo e deram a palavra de lei à construção de um Portugal justo, livre e fraterno, não escondendo as divergências no alcance dos consensos que permitiram a aprovação de um texto progressista e definidor da nossa identidade».
João Torres lembrou que «a comemoração da Liberdade deve constituir uma oportunidade de reflexão e um espaço de frontalidade» salientando, nesse sentido, a incongruência corporizada pelo facto de alguns ficarem cada vez mais pobres e, outros, cada vez mais ricos.
«Nada pode justificar que aceitemos como normal, aquilo que o não é, aquilo que o não pode ser», afirmou, denunciando as desigualdades salariais e o abuso de paraísos fiscais como fenómenos que impossibilitam aos portugueses «encarar o presente e o futuro».
Denunciando fenómenos como o desemprego, a precariedade e a emigração forçada, o Secretário-geral da JS vê, no primeiro, uma «condição primordial na geração de desigualdades», no segundo, a «escravatura reinventada na contemporaneidade» e, no terceiro, um desastre para milhares de jovens, que considera serem «os refugiados da nossa incapacidade económica e social».
Numa referência ao lema da moção global de estratégia com que foi eleito, pela primeira vez, para Secretário-geral da JS, em 2012, intitulada «NINGUÉM FICA PARA TRÁS!», João Torres afirma que «a voz dos jovens tem ficado vezes demais para trás nas últimas décadas», definindo como principal objetivo para a sua geração «a construção de uma sociedade decente», fundada em três «D’s»: Defender, Dinamizar e Desafiar.
O líder dos jovens socialistas explicou, de seguida, essa fundação, que implicará «defender a nossa história, a nossa cultura, a língua, o território, o capital humano e aqueles que têm menos recursos», bem como «dinamizar a economia, as instituições, os movimentos sociais» e «desafiar os preconceitos, o conservadorismo e a cartilha neoliberal».
A intervenção, por diversas vezes fortemente aplaudida pelos colegas de bancada, culminou com uma reflexão sobre os ideais de Abril, que, para João Torres, se traduzem na capacidade de «proporcionar a todos a oportunidade de superar as desigualdades de partida», independentemente «de quem somos, de onde vivemos, de quem amamos e daquilo em que acreditamos».
O deputado terminou o discurso lembrando que «a Liberdade é a razão de ser da nossa presença aqui, hoje e agora» e prosseguiu, advogando: «A Liberdade e a Igualdade não nos afastam. Num país com tantas assimetrias que urge combater, a Liberdade e a Igualdade aproximam-nos.»
Notas: o texto completo da intervenção pode ser consultado AQUI. A gravação vídeo da intervenção pode ser consultada AQUI.